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Um novo patamar para a ciência brasileira

por Ronaldo Mota Sardenberg em 5/24/2021

Um novo patamar para a ciência brasileira

A pesquisa científica brasileira ganhou novo e concreto impulso qualitativo, com forte impacto em áreas estratégicas do conhecimento e do avanço tecnológico. A partir deste mês de janeiro, 17 redes de pesquisa, organizadas dentro do Programa Institutos do Milênio, iniciam atividades em áreas tão diversas quanto saúde, educação, meio ambiente, agricultura, novos materiais, genética e nanotecnologia.

Os Institutos do Milênio são inovadores na forma e no conteúdo. Alinhados à política de ciência e tecnologia para esta década, têm foco definido:

capacitar os centros e laboratórios de pesquisa para que participem dos avanços na vanguarda mundial do conhecimento. Ao mesmo tempo, mobilizam os institutos a competência já adquirida no País para a superação de desafios históricos. Esses são os casos da redes dedicadas a buscar a melhor adaptação humana ao semi-árido nordestino e das que integrarão esforços de pesquisas quanto à exploração sustentada, seja da Amazônia, seja do mar e das regiões costeiras.

Selecionados entre mais de 200 propostas de alta qualidade, 17 projetos passaram pelo crivo de um Comitê Científico Internacional, com maioria brasileira, formado por líderes nos campos da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico. Como atestou o próprio comitê, são projetos de excelência, comparáveis ao que existe de mais avançado em âmbito mundial. Somam-se os institutos ao esforço nacional de pesquisa e desenvolvimento conduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que este ano alcançará o total de R$ 2,3 bilhões. Aliam-se a consistência científica e um novo modelo de financiamento, organização e gestão dos recursos. Empréstimos do Banco Mundial no valor de R$ 90 milhões, até 2003, garantem estabilidade e segurança, bem como permitem a ação planejada das atividades de pesquisa.

Criam-se também modelos confiáveis quanto à transparência na aplicação de recursos e à previsibilidade de resultados.

A organização dos grupos de pesquisa em redes virtuais rompe os obstáculos característicos das estruturas tradicionais. Supera distâncias no conhecimento e limitações geográficas e enseja a efetiva integração de dezenas de grandes centros e pequenos laboratórios de todas as regiões do País e de centenas de pesquisadores experimentados e jovens cientistas.

Facilita ainda o compartilhamento de informações com institutos internacionais de pesquisa.

A diversidade, o arrojo e os objetivos ambiciosos destas redes de pesquisa refletem a maturidade do sistema nacional de ciência e tecnologia, que, sem descuidar das ciências básicas, se torna cada vez mais capacitado e comprometido com a criação de instrumentos para o aumento da competitividade econômica e a resolução de problemas nacionais de cunho social.

Nos próximos três anos, grupos estarão em busca, por exemplo, da formação de recursos humanos e do desenvolvimento de novas tecnologias para o combate de doenças como tuberculose, mal de Chagas, alergias; ou estarão pesquisando alternativas para o tratamento de câncer, aids e de transplantados.

No caso do mal de Chagas, como recentemente noticiou o Estado, estarão associados 90 doutores da Fiocruz da Bahia, da Univeridade de São Paulo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de outras entidades, para desenvolverem uma nova área de medicina regenerativa, com o uso de terapias de células-tronco, para tentar regenerar músculos cardíacos destruídos pelo parasita de Chagas.

Outros laboratórios e pesquisadores de várias regiões trabalharão no mapeamento genético de frutas cítricas, com a identificação dos genes resistentes a doenças, o que contribuirá para a definição de estratégias mais eficientes de controle de pragas, fundamental para aumentar a qualidade do produto agrícola e a competitividade do País no mercado internacional.

Ao mesmo tempo, redes inéditas vão-se concentrar no desenvolvimento de novos materiais e de alternativas inova Autor(es)

Ronaldo Mota Sardenberg