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Dez anos da Agenda 21

por Alexandre Aragão em 5/24/2021

Dez anos da Agenda 21

A humanidade está celebrando 10 anos da realização da Conferência de Cúpula da Terra - "Eco-92" -, realizada no Rio de Janeiro, que aprovou um plano, intitulado Agenda 21, tendo por objetivo encaminhar esforços a nível planetário para a atuação do Desenvolvimento Sustentável, que objetiva satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades.

Em junho de 1997 a 19a. Sessão Especial da Geral da ONU estabeleceu três áreas principais de trabalho para o período 1997-2002:

· erradicação da pobreza,

· mudança dos padrões de consumo,

· mudança dos padrões de produção,

enfatizando uma conotação prioritariamente social, e no lugar de uma visão ambiental restritiva, apresentou uma visão ampla e integradora: "Estamos convencidos de que a consecussão do Desenvolvimento Sustentável exige a integração dos seus componentes econômicos, ambientais e sociais. Empenhamo-nos novamente em colaborar "com espírito de solidariedade mundial "a fim de multiplicar os nossos esforços conjuntos para satisfazer de modo equânime necessidades de gerações presentes e futuras" (19a. Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas).

Portanto, ficou fixada uma estreita relação entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais, explicitado que a deterioração de um deles implica necessariamente a deterioração dos demais.

A mudança de padrões de consumo e de produção mundial, tendo como prioridade erradicação da pobreza, implicam, necessariamente, uma nova visão do homem e da sociedade mundial, em outras palavras, implicam uma nova cultura, totalmente diversa da cultura proposta pelo atual modelo global - excludente de populações inteiras - que eleva a competitividade e o egoísmo ao último grau.

No seio dos diversos esforços implementados pelos grupos e organismos mundiais encontramos a Economia de Comunhão, expressão material da "Cultura do Dar", proposta pelo Movimento dos Focolares desde sua gênese, vivenciada atualmente por mais de cinco milhões de pessoas em todo o planeta Terra. A pergunta que nos fazemos é: Que elementos a cultura do dar, encarnada pela Economia de Comunhão, oferece para a construção da nova cultura requerida - e indispensável - pelo Desenvolvimento Sustentável?

Nas palavras de Hans Burcken, doutor da Universidade de Antioquia (Colômbia), "O Movimento dos Focolares constitui um exemplo vivo de como se aplica o paradigma interdisciplinar da unidade no campo das relações sociais e interpessoais. Mas o paradigma também constitui a base metodológica para a construção de modelos teóricos, de estratégia de pesquisa empírica e de esquemas de aplicação. Falando de maneira abstrata, o paradigma da unidade consiste fundamentalmente em levar sistemas complexos a um estado de subsistência e equilíbrio, a um estado de "unidade" do próprio sistema; por isso mesmo, este paradigma da unidade poderia mostrar-se vital para os fins da atualidade do Desenvolvimento Sustentável em toda a sua complexidade. Não é uma teoria abstrata: faz parte de todo um sistema de valores e comportamentos vividos por alguns milhões de pessoas, das mais variadas culturas, e tangível de modo particular nas pequenas comunidades-testemunho do Movimento, as chamadas Mariápolis permanentes. O espaço social mais apropriado para a cultura do dar é a comunidade, interpretada no sentido mais amplo do termo: qualquer comunidade ou organização de pessoas pode ser considerado como um espaço social viável no qual a cultura do dar pode florescer, podendo ser posta em prática inclusive entre organizações e determinar, assim, o modo pelo qual elas se relacionam entre si" (cf. Economia de Comunhão "Uma Cultura Econômica em várias dimensões, Ed. Cidade Nova, 2002).

Sabemos que o atual modelo de consumo e distribuição das riquezas produzidas é escandal Autor(es)

Alexandre Aragão