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Portugal Antiquíssimo

por Sérgio Roxo da Fonseca em 5/24/2021

Portugal Antiquíssimo

Os romanos invadiram a península ibérica três séculos antes de Cristo, desembarcando no leste da Espanha com o objetivo de atacar os costados das tropas de Aníbal que haviam invadido a península itálica.

Antes disso fenícios, cartagineses e gregos já haviam estado por ali para comerciar. O nome Lisboa vem de Olispone, vocábulo que indica tratar-se de uma cidade que fica entre o rio e a montanha. Muito mais tarde, quando a cidade já se chamava Lispone virou Lixbuna por influência da pronúncia do invasor árabe que por ali ficou durante oito séculos.

Há historiadores que sustentam que as primeiras letras de Olispone na verdade são "Ulys" o que denunciaria ter sido criada pelo lendário Ulisses ou que ao menos que recebera o nome para perenizar a sua memória.

Antes da chegada dos romanos, algumas pequenas nações espalhavam-se pela península ibérica: os tartéssios, os celtas, os iberos, os celtiberos e os franco-pirenáicos. Os mais adiantados eram os tartéssios que, segundo a tradição, tinham um longo livro de leis escritas em verso para facilitar a sua memorização. Os mais universais eram os celtas, que se espalharam por toda a Europa, e que ali habitavam a Galiza, ou seja, o norte de Portugal e o Noroeste da Espanha, região na qual foi revelada a língua galega da qual surgiu o português. Existiam celtas no além-tejo, ao sul de Lisboa, que eram conhecidos como galáicos.

Os celtiberos, que habitaram as terras existentes entre Lisboa e o Porto, portanto, ao norte do Tejo e ao sul do Douro, chamavam-se lusitanos de cujo nome derivaram os adjetivos "lusos" e "lusitanos".

Quase nada sabemos desses antigos povos, com exceção dos celtas. Quase nenhum deles conhecia a linguagem escrita. O seu direito era oral e costumeiro o que facilitou a absorção do direito romano. Os dados que temos são extraídos dos escritos dos romanos e gregos que passaram por ali, como Júlio César que na Espanha fundou a cidade denominada "César Augusto" que mais tarde os árabes alteraram a sua pronúncia para Saragoça.

A história registrou duas antigas normas jurídicas criadas por aqueles povos. A primeira impunha o regime da comunhão universal para os casamentos. A outra, denominada Lei do Ósculo determinava que um homem que beijasse uma mulher com ela deveria casar-se. Os condenados à morte eram lançados rochedo abaixo e os parricidas apedrejados. Talvez seja por isso que até hoje damos especial importância ao beijo de amor e aos regimes de bens no casamento.

As ruínas de estradas e de templos registram a romanização da Hispânia. Poucos são os monumentos que antecedem esta época como, por exemplo, uma pedra esculpida que se chama a "porca de murça". Muitos séculos depois nasceria Portugal para cristalizar as mais antigas raízes do nosso povo e da nossa alma. Autor(es)

Sérgio Roxo da Fonseca