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Um Humanismo Solidário

por Pedro Montenegro em 5/24/2021

Um Humanismo Solidário

Este é um anseio do homem, o mais profundo, o mais substancial, o mais indescartável - o desejo de uma plenitude humana que se realize numa vivência de amor, de paz e de felicidade, que são a fome essencial de seu espírito, a sede mais premente do seu coração.

Este anseio é ínsito à natureza humana. Não só a religião afirma esta verdade, mas, também, a ciência psicológica, pela expressão dos mais notáveis psicólogos do mundo contemporâneo, de filósofos, poetas, pensadores, enfim, de todos quantos vivem neste mundo.

Entretanto, apesar deste impulso essencial que o leva em busca do bem e para uma convivência harmoniosa na comunidade humana, outros instintos e paixões, negativos, destrutivos e antissociais, habitam sua alma. Revela-se, assim, o homem como um ser complexo, que balança entre o bem e o mal, a grandeza e a baixeza, a santidade e a degradação. Este é o seu mistério, a sua mais crucial contingência.

Este preâmbulo aqui se põe para a abordagem do tema sobre o - qual nos desbruçaremos neste editorial - o humanismo.

Caminhando já em novo ano, não há como fugir a um balanço de vida, a uma tomada de consciência, a uma reflexão que se faz premente sobre nós mesmos, sobre o mundo, sobre os fatos e acontecimentos mais importantes e tocantes que escreveram a pauta de nossa história pessoal e da humanidade.

Ainda nos marcam as impressões indeléveis de um século que recém terminou e de um milênio denso de História, que trouxe em seu bojo acontecimentos decisivos para a humanidade.

Nesta "aldeia global", em que se converteu o mundo em que vivemos, pouco espaço ficou ou quase nenhum para um viver exclusivo e inviolável da individualidade da pessoa, eis que os meios de comunicação social, nas asas da velocidade da tecnologia, invadem todos os recantos do planeta e as intimidades dos homens.

Nos dias atuais poucos são os países, e raríssimos os lugares, que ainda não foram visitados pelo impactante progresso das ciências e da tecnologia moderna, levando suas descobertas e informações na instantaneidade da eletrônica.

Não há mais fronteiras indevassáveis, quer para nações quer para as pessoas, neste ímpeto de globalização, não apenas econômica mas também cultural, que modela o mundo atual e a todos afeta, para o bem ou para o mal, para o bom ou para o ruim da existência humana.

Isso faz com que os fatos sociais, os processos econômicos, os acontecimentos políticos se internacionalizem velozmente e interajam, inevitavelmente, em todos os indivíduos.

Neste intercâmbio mundializante que se estabelece entre nações e continentes, em todas as áreas da sociedade contemporânea, faz com que as comunidades humanas das mais diversas raças e histórias, das mais diferentes concepções filosóficas e religiosas, costumes e tradições, sejam impactadas pela força das mensagens, das imagens, das idéias, dos acontecimentos, exportados pelos canais da mídia, pelas ondas do rádio, pelas telas da TV, pelas cenas dos cinemas, enfim, pelos milhões de livros e revistas que se multiplicam por todos os lugares do mundo.

É um vagalhão de informações e deformações, de erros e verdades, de certezas e enganos, de ilusões e seduções, de trevas e luz, que é descarregado no espírito e no coração dos homens de todas as latitudes do planeta.

Nunca em outros séculos da história da humanidade aconteceu tamanha carga de acontecimentos extraordinários, de descobertas desafiantes, de entrechoques de ideologias, de conflitos bélicos e revoluções sangrentas, como ocorreram no século XX. Duas grandes guerras, de 1914 e 1940, ensangüentaram os continentes europeu, asiático e africano. Sobrevieram depois as guerras da Coréia, do Vietnã e vários outros embates sanguinolentos nas entranhas de vários países; e alguns deles sangram em várias nações, abaladas por ideologias em confrontos e ódios irreconciliáveis.

Enquanto isso, as ciências, nesse últi Autor(es)

Pedro Montenegro Barbosa