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A vida e o legado de Martin Luther King .

por ShareAmerica - 10 de janeiro de 2017. em 5/26/2021

A vida e o legado de Martin Luther King .

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Martin Luther King Jr. dedicou sua vida à luta não violenta pela igualdade racial nos Estados Unidos. A terceira segunda-feira de janeiro marca o Dia de Martin Luther King, feriado dos EUA que honra o legado de King e desafia os cidadãos a prestarem serviços voluntários em suas comunidades.

Início da jornada Nascido em 15 de janeiro de 1929 em uma família com longa tradição de formar ministros batistas, King cresceu em Atlanta na época em que as leis de Jim Crow faziam da segregação e da discriminação uma realidade diária para as pessoas negras do sul do país. King estudou na Faculdade Morehouse em Atlanta, onde passou a ver a religião como um poderoso catalisador de mudanças sociais. Ele concluiu seu doutorado na Escola de Teologia da Universidade de Boston antes de voltar ao sul, onde atuou como pastor na Igreja Batista Dexter Avenue em Montgomery, Alabama.

Hoje, o local de nascimento de King em Atlanta está registrado no Serviço Nacional de Parques como Patrimônio Histórico Nacional (site em inglês).

Luta pelos direitos civis na década de 1950

King ajudou a organizar o boicote aos ônibus de Montgomery, uma campanha que durou um ano e teve início quando a costureira Rosa Parks foi presa após ter se recusado a ceder seu assento no ônibus a um passageiro branco. Após a Suprema Corte ter revogado as leis de segregação em ônibus do Alabama, King participou da fundação da Conferência da Liderança Cristã do Sul e promoveu a ação não violenta em prol dos direitos civis no sul do país. Ele foi influenciado pelos ensinamentos de Mahatma Gandhi e viajou para a Índia em 1959.

Uma figura icônica dos anos 1960 Juntando-se a seu pai como pastor da Igreja Batista Ebenezer em Atlanta, King continuou a usar seus dons de oratória para exigir o fim da segregação e da desigualdade jurídica. Ao longo dos anos 1960, ele foi preso durante protestos não violentos no Alabama, na Flórida e na Geórgia. Enquanto estava preso em 1963, King escreveu a Carta de uma prisão em Birmingham, delineando a base moral e filosófica do movimento pelos direitos humanos. Naquele mês de agosto, ele fez seu famoso discurso “Eu tenho um sonho” para mais de 200 mil pessoas reunidas no National Mall em Washington.

O dia 7 de março de 1965 ficou conhecido como Domingo Sangrento porque manifestantes em prol do direito ao voto foram agredidos por policiais estaduais e civis enquanto atravessavam a ponte Edmund Pettus em Selma, no Alabama. A violência os fez recuar, mas o calvário levou King a convocar uma outra marcha, mais longa (foto) — de Selma a Montgomery pelo direito ao voto, de 87 quilômetros de extensão.

Vitórias dos direitos civis.

Em 1964, o presidente Lyndon Johnson sancionou a histórica Lei dos Direitos Civis, que baniu a discriminação no trabalho, em acomodações públicas e em outros aspectos da vida. King participou da cerimônia que transformou a lei em lei federal (imagem). Ele continuou pressionando para que houvesse uma lei que garantisse que o direito ao voto não fosse negado a pessoas negras por meio de práticas discriminatórias como testes de alfabetização e, em 1965, Johnson sancionou a Lei do Direito ao Voto. King recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em 1964.

Vida após assassinato.

No dia 4 de abril de 1968, King foi assassinado na sacada do quarto do hotel onde estava em Memphis, no Tennessee. Em seu funeral, milhares de pessoas marcharam em luto através de Atlanta, seguindo a charrete que levava seu caixão.

Em um ensaio publicado postumamente intitulado “Um Testamento de Esperança”, King instou a população negra americana a dar continuidade a seu compromisso com a não violência, mas alertou também ao fato de que “a justiça para as pessoas negras não pode ser alcançada sem mudanças radicais na estrutura de nossa sociedade”.

O legado de King: protesto sem violência.

Em 1959, em um pronunciamento no rádio durante sua visita à Índia, King disse: “Hoje, não temos mais escolha entre violência e não violência; trata-se de não violência ou não existência.” Sua filosofia foi inspirada pelas ações não violentas de Gandhi com o objetivo de encerrar o colonialismo britânico na Índia. Por sua vez, King inspirou inúmeras outras pessoas a mudarem suas sociedades por meios não violentos, desde o movimento Solidariedade contra a ocupação soviética na Polônia, até a luta de Nelson Mandela pelo fim do apartheid na África do Sul.

O legado de King: luta contra o preconceito.

Em 1963, durante a Marcha a Washington, King declarou que todas as pessoas deveriam ser julgadas “não pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. O King Center (site em inglês) em Atlanta é um memorial vivo à visão de King de um mundo livre e igualitário dedicado a expandir oportunidades, lutar contra o racismo e acabar com todas as formas de discriminação.

O legado de King: em busca da justiça social.

O Instituto de Pesquisa e Educação Martin Luther King Jr. (site em inglês) da Universidade de Stanford abriga o King Papers Project, uma abrangente coleção de todos os discursos, correspondências e outros escritos de King para preservar seu compromisso vitalício de criar uma “comunidade amada” para futuras gerações. O instituto está envolvido também na iniciativa Liberation Curriculum e na Comunidade Gandhi-King, ambas utilizando a vida e as ideias de King para conectar ativistas sociais do mundo inteiro e promover os direitos humanos.

O legado de King: trabalho pelos outros.

O Dia de Martin Luther King é designado como o dia nacional do serviço (site United We Serve, em inglês) desde 1994. Os americanos são instados a celebrarem “um dia de ação, não um dia de descanso” para honrar o compromisso de King de melhorar a vida de outras pessoas. O presidente Obama promoveu o serviço e o voluntariado como maneiras fundamentais de superar os desafios com que nosso mundo se depara.

Mantendo o sonho vivo. Um memorial nacional a King foi construído próximo ao Lincoln Memorial, onde King fez seu discurso “Eu tenho um sonho”. O Memorial convida os visitantes a refletirem sobre a vida e o legado de King.