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Coelho Neto

Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu em 21/02/1864, em Caxias, MA. Advogado, jornalista, político e essencialmente escritor. Em São Paulo, enquanto cursava a Faculdade de Direito foi colega de quarto na mesma pensão onde vivia Raul Pompéia. Teve atuação destacada na campanha abolicionista e republicana. Em 1885 desistiu, por fim, de suas prentensões jurídicas, e transferiu-se para o Rio de Janeiro. Integrou o grupo de boêmios que abrangia figuras como Olavo Bilac, Guimarães Passos, Luis Murat e Paula Ney e trabalhou nos jornais Gazeta da Tarde e Cidade do Rio, onde chegou a exercer o cargo de secretário. Desta época datam seus primeiros volumes publicados. Foi nomeado para o cargo de secretário do Governo do Estado do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, diretor dos Negócios do Estado. Em 1892, foi nomeado professor de História da Arte na Escola Nacional de Belas Artes e, mais tarde, professor de Literatura do Colégio Pedro II. Autor de numerosos livros, artigos, crônicas e folhetins, em 1910, foi nomeado professor de História do Teatro e Literatura Dramática da Escola de Arte Dramática, sendo logo depois diretor do estabelecimento. Eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1909, e reeleito em 1917. Foi também secretário-geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Além de exercer os cargos públicos, Coelho Neto manteve e multiplicou a sua atividade em revistas e jornais de todos os feitios, no Rio e em outras cidades. Além de assinar trabalhos com seu próprio nome, escrevia sob inúmeros pseudônimos, entre eles Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés. Cultivou praticamente todos os gêneros literários e foi, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil, tendo, provavelmente a sua maior consagração ao ser nomeado, em votação aberta ao público promovida pela revista O Malho, o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", em 1928. Foi provavelmente o prosador brasileiro mais lido nas primeiras décadas do século XX, tendo sofrido ataques furiosos ataques do Modernismo, o que provavelmente colaborou no injusto esquecimento que o mercado editorial e os leitores brasileiros tem-lhe reservado. Foi responsabilizado pela estagnação da literatura brasileira, e as conferências de de Graça Aranha (1922) criaram uma corrente contra sua obra. Chegou a ser excluido de antologias da época, mas continuou sendo apreciado em círculos acadêmicos e provincianos. Na década de 1940, Brito Broca e Otávio de Faria iniciaram o movimento de sua reabilitação. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, e ocupou a cadeira nº 2. Sua obra apresenta influências do Realismo, embora suas preocupações estilísticas o caracterizem como parnasiano. É grande sua riqueza léxica e seu temperamento é romântico. Sua ficção é rica em costumes nacionais e manifesta uma preocupação com a situação do homem comum diante da cruel e corrompida sociedade moderna. Obras principais: A capital federal (1893); A conquista (1899); Mano (1929); Fogo fátuo (1930) que se constituem em romances autobiográficos. Miragem (1895); Sertão ( 1896); Inverno em flor (1897); O morto (1898); Seara de Rute (1898); A tormenta (1901); O tubilhão (1906); A esfinge (1908); O jardim das oliveiras (1908); Banzo (1913) e Rei negro (1914). Destacou-se, também no teatro com as obras: O diabo no corpo (1899); Fim de raça (1900); Quebranto (1908) entre outras. Faleceu em 28/11/1934.