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Epitácio Pessoa

Epitácio Pessoa (1865-1942) foi um político brasileiro, foi presidente da República do Brasil entre 28 de julho de 1919 e 15 de novembro de 1922. Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa nasceu em Umbuzeiro, Paraíba, no dia 23 de maio de 1865. Descendente de proprietários rurais com sete anos perdeu os pais, que faleceram vítimas da varíola. Foi criado pelo tio Henrique Pereira de Lucena, futuro Barão de Lucena e Governador de Pernambuco. Formação Epitácio Pessoa estudou no Ginásio Pernambucano e diplomou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1886. No ao seguinte, foi nomeado promotor público na cidade do Cabo. Decidido a exercer a promotoria em Minas Gerais ou em São Paulo, em 1889, pediu demissão e partiu para a corte, chegando ao Rio de Janeiro dois dias antes da proclamação da república. Carreira Política Epitácio Pessoa retornou à Paraíba em dezembro do mesmo ano, para assumir o cargo de secretário-geral do Estado e em seguida elegeu-se deputado à Assembleia Constituinte de 1890 a 1891. Depois de quatro anos de afastamento, foi nomeado Ministro da Justiça pelo presidente Campos Sales. Ocupando uma posição central no governo, foi encarregado de executar a “política dos governadores”, que consistia numa troca mútua de favores entre os governantes estaduais (oligarquias) e o governo federal. Epitácio Pessoa retomou o projeto do código civil, parado desse o tempo da monarquia, e o encaminhou ao Congresso Nacional em menos de três anos. Depois de reprimir uma greve de cocheiros e uma manifestação estudantil, demitiu-se do ministério. Em 1902, Epitácio Pessoa foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, permanecendo no cargo até 1912, quando se aposentou por motivo de saúde. De volta à Paraíba, elegeu-se para o Senado e, em 1915 para o governo do estado. Em 1919, foi nomeado delegado do Brasil na Conferência de Versalhes. Presidente da República Em 1818, Rodrigues Alves foi eleito, pela segunda vez, para presidente da república, mas não pode assumir o cargo, pois adoeceu e faleceu em 18 de janeiro de 1919. Assumiu o governo o vice-presidente Delfim Moreira. Realizada nova eleição, Epitácio Pessoa saiu vitorioso pelo Partido Republicano, concorrendo com Rui Barbosa, que teve o apoio do Partido Liberal. Sua eleição interrompeu a sequência de candidatos oriundos dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. Epitácio Pessoa tomou posse na presidência em 28 de julho de 1919. Pouco depois de assumir, teve que sufocar um levante no interior da Bahia, daqueles que não aceitaram a derrota de Rui Barbosa. Política Econômica Seu governo foi marcado por diversas crises, acompanhando os rumos da economia do pós-guerra, entre elas, o aumento da inflação, que obrigou o presidente a se recusar a ceder aumentos salariais, gerando greve geral dos operários. Epitácio Pessoa negou também o aumento do soldo militar, indispondo-se com o Exército. Essa indisposição agravou-se com a nomeação de civis para ministro da Guerra e para a Marinha. Epitácio Pessoa adquiriu empréstimos com os Estados Unidos que foram utilizados na política de valorização do café, na instalação de uma usina siderúrgica e na construção de açudes e ferrovias no Nordeste. Autoritário e enérgico, em 17 de janeiro de 1921, para abafar a voz da oposição, Epitácio Pessoa assinou a “lei da repressão ao anarquismo”, conseguindo reprimir as revoltas operárias. A Sucessão e a Revolta do Forte de Copacabana O último ano do governo de Epitácio Pessoa foi marcado pela agitação da campanha presidencial, entre o mineiro Artur Bernardes e o ex-presidente Nilo Peçanha. A campanha eleitoral tornou-se violenta a partir do momento em que o Correio da Manhã publicou algumas cartas nas quais eram feitas referências injuriosas ao Exército e ataques à moral do marechal Hermes da Fonseca, que apoiava Nilo Peçanha, candidato da oposição. A autoria das cartas falsas foi atribuída a Arthur Bernardes, candidato situacionista, que alegou inocência. O marechal Hermes fez um pronunciamento político em nome do Exército e, por isso, foi preso por ordem do presidente Epitácio, era o início de uma luta armada. No dia 5 de julho de 1922, explodiu a primeira revolta tenentista do Brasil: a Revolta do Forte de Copacabana, sob a liderança do capitão Euclides da Fonseca, filho de Hermes. Os revoltosos foram apoiados por outros fortes e por jovens oficiais da Escola Militar, que também se rebelaram. Porém, o governo de Epitácio Pessoa, ajudado pelas forças fiéis do próprio exército, bombardeou o Forte e sufocou as demais rebeliões. No dia 15 de novembro de 1922, Epitácio Pessoa entrega a faixa presidencial a seu sucessor Artur Bernardes. Ao deixar a presidência, Epitácio Pessoa assumiu o cargo de juiz na Corte Internacional de Haia, na Holanda, onde permaneceu até 1930. Em 1928, indicou o sobrinho João Pessoa para o governo da Paraíba e, mais tarde, apoiou-o na decisão de romper com a política oficial e compor junto com Getúlio Vargas a Aliança Liberal, na disputa presidencial de 1930. A saúde de Epitácio pessoa sofreu grande abalo com o assassinato de seu sobrinho, João Pessoa, no dia 26 de julho de 1930. Epitácio Pessoa faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de fevereiro de 1942, em decorrência do mal de Parkinson.