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Jânio Quadros

Jânio Quadros (1917-1992) foi um político brasileiro. Foi presidente do Brasil durante sete meses, renunciando em 1961. Focou conhecido pelas polêmicas e pelos discursos moralizantes. Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no dia 25 de janeiro de 1917. Filho de família paranaense fez os primeiros estudos em Curitiba, no Paraná e na década de 30 mudou-se para São Paulo. Cursou Direito pela Universidade de São Paulo, formando-se em 1939. Atuou na advocacia e lecionou no curso ginasial antes de entrar para a vida pública. Carreira Política A vida política de Jânio Quadros começou em 1947, quando se filiou ao Partido Democrata Cristão (PDC) e elegeu-se suplente de vereador, por São Paulo. Poucos depois, os mandatos dos vereadores eleitos pelo extinto Partido Comunista foram cassados, e Jânio foi levado à Câmara. Foi um opositor do então governador do estado, Ademar de Barros. Sua popularidade firmou-se rapidamente e sua carreira política foi meteórica. Foi o candidato a deputado estadual mais votado, em 1951. Dois anos depois, na primeira eleição para prefeito de São Paulo, depois de 23 anos, foi eleito pelo PDC. Na prefeitura de São Paulo, as prioridades de Jânio foram para a educação, o transporte e o saneamento. Em 1954, com a campanha de “um tostão contra o milhão”, adotou como símbolo a vassoura para varrer “os ratos, ricos e reacionários”, Jânio foi eleito governador do Estado. Em apenas um ano, sua administração atraiu admiradores em todo o país e muitos defenderam sua candidatura à presidência da República. Em 1958, Jânio Quadros elegeu-se deputado federal pelo estado do Paraná, mas na condição de aspirante às eleições presidenciais de 1960, ele não participou de nenhuma sessão do congresso, pois fez com a família uma longa viagem ao exterior. Durante a viagem, Jânio foi recebido pelas mais altas autoridades dos países que visitou, entre elas, Mao Tsé-Tung (líder chinês), Nehru (primeiro ministro da Índia), Abdel Nasser (presidente do Egito) e Ben Gurion (chefe do governo de Israel). Presidente do Brasil Depois de longa viagem, Jânio Quadros voltou ao Brasil e encontrou um momento propício para sua campanha, pois o presidente Juscelino estava no fim do cargo e deixava o país submetido a uma forte crise econômica. Nas eleições de 3 de outubro de 1960, com o apoio da União Democrática Nacional (UDN) e de pequenos partidos (PTN, MTR e setores do PTB que lançaram a dobradinha Jan-Jan, Jânio-Jango), a “Campanha da Vassoura”, com broches e o jingle “varre , varre, vassourinha”, derrotou a poderosa coligação (PTB-PSD) que lançou o marechal Lott. O governo dos bilhetinhos Ao assumir o poder em janeiro de 1961, em um momento marcado pela mobilização da administração e da opinião pública, Jânio passou a divulgar seus despachos através de bilhetinhos e memorandos enviados aos integrantes do gabinete, nos quais divulgava as decisões adotadas e exigia a execução das mesmas. Tentava levar adiante uma cruzada de honestidade e austeridade. As campanhas do tostão e da vassoura foram substituídas por um moralismo autoritário. A politica econômica Jânio Quadros assumiu a chefia do governo na época em que o país estava marcado pela crise econômica, pela inflação, pelo déficit na balança de pagamentos e pela acumulação da dívida externa. Era necessário criar um programa anti-inflacionário austero, e Jânio criou. A sua política caracterizou-se pela restrição ao crédito, pelo incentivo às exportações e pelo congelamento parcial dos salários. As diversas medidas anti-inflacionárias geraram um grande custo político para o presidente, pois se avolumaram as oposições, tanto dos empresários quanto dos trabalhadores. A política externa Auxiliado pelo ministro das Relações Exteriores, Afonso Arinos, Jânio tentou implantar, no Brasil, “uma política independente e neutra”, buscando maior aproximação com os países socialistas, com o objetivo de aumentar as exportações. Buscando afirmar-se nessa forma de política, Jânio restabeleceu as relações com a União Soviética, assumiu a defesa de Cuba e do regime instituído na ilha por Fidel Castro, e assustou os conservadores quando concedeu a Ernesto “Che” Guevara a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior condecoração do país. A renúncia No dia 25 de agosto de 1961, quando não havia ainda completado sete meses de governo, Jânio Quadros estarrecia o país ao apresentar sua renúncia e declarar: “Fui vencido pela reação e, assim, deixo o governo (…). Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou me infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade”. (…). As pressões internas da direita, liderada por Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, que acusava o instável presidente de transformar o Itamarati em uma célula comunista, assim como as pressões externas do FMI e do capital estrangeiro, com amplas simpatias em setores da cúpula das Forças Armadas que temiam pela mudança de orientação econômica, foram algumas das causas da renúncia. Estando o vice-presidente João Goulart no exterior, assumiu a direção do governo o deputado Pascoal Ranieri Mazilli, presidente da Câmara. Depois de um veto militar à posse de Jango, acusado de comunista, e de uma ameaça de uma guerra civil, finalmente, em 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu o poder. Últimos anos Depois de longa viagem ao exterior, Jânio Quadros disputou novamente o governo de São Paulo, em 1962, mas foi derrotado. Após o golpe militar de 1964, Jânio Quadros teve seus direitos cassados. Candidato ao governo de São Paulo em 1982 amargou nova derrota. Só voltou à vida pública em 1985, quando se elegeu prefeito de São Paulo. Jânio Quadros faleceu em São Paulo, no dia 16 de fevereiro de 1992, de complicações decorrentes dos vários derrames cerebrais.