Personalidades

Brasileiros Ilustres

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Romualdo Antônio de Seixas

Nasceu em Cametá, PA, em 7 de fevereiro de 1787, e faleceu em Salvador, BA, em 29 de dezembro de 1860, em cuja catedral foi inumado. Era filho de Francisco Justiniano de Seixas e de Ângela de Sousa Bittencourt. Primogênito, foi aos 7 anos de idade levado ao Rio de Janeiro, recomendado a seu tio, padre Romualdo de Sousa Coelho, então secretário do bispo Dom Manuel de Carvalho. Estudou Latim no Seminário Episcopal, e Filosofia racional e moral no convento de Santo Antônio, além de Francês com professor particular. Poucos dias depois foi enviado pelo referido antístite a Portugal, para ali concluir sua educação literária na Congregação de São Filipe Nery, onde permaneceu dois anos. Retornou ao Pará aos 18 anos. Com 19, iniciado no estudo eclesiástico, recebeu a primeira tonsura e foi logo nomeado mestre de cerimônias, e honrou o magistério. Aos 21 anos tomou ordens de subdiácono e estreou no púlpito improvisando o panegírico de Santo Tomás de Aquino. Aos 22 anos, já diácono, foi enviado, ao lado de outro jovem eclesiástico, pelo bispo D. Manuel de Almeida, para o Rio de Janeiro, a fim de cumprimentar a recém-chegada Família Real, e tratar de assuntos importantes, relativos à diocese. Recebeu então o hábito da Ordem de Cristo. Logo tornou-se cônego da Sá do Pará. Em 1810 tomou ordens de presbítero e celebrou sua primeira missa em Cametá, sua cidade natal. Depois foi vigário-geral em Belém e, falecendo o bispo, acumulou interinamente o vicariato capitular. Era, já, então, consagrado orador. Durante as desordens havidas em Belém, em 1821, conseguiu harmonizar a situação e evitar a morte de alguns patriotas condenados a ela. Em 1823 pertenceu à Junta Provisória do Pará e assim conseguiu novamente salvar numerosos brasileiros das garras dos verdugos. Segue, depois, como deputado para o Rio de Janeiro, onde integrou a Assembleia Geral Legislativa. Findo o mandato, permaneceu ainda na Corte, e assim viu-se nomeado arcebispo da Bahia, por decreto de 12/10/1826, lugar que ocupou durante 33 anos. Em 1841, deixou o corpo legislativo para o qual fora eleito, e, nesse mesmo ano, presidiu como metropolita e primaz do Brasil a cerimônia da consagração de D. Pedro II. Foi ele, D. Romualdo, o primeiro brasileiro a governar a diocese da Bahia. Marquês de Santa Cruz (decreto de 14/3/1850). Foi agraciado com a Ordem da Rosa e a grã-cruz da de Cristo; para o IHGB foi eleito sócio correspondente em 18 de maio de 1839 e sócio honorário em 1841. Foi também membro honorário da Imperial Academia das Belas-Artes (1856). Publicou: Oração fúnebre, recitada nas exéquias da Sereníssima Senhora Infanta Dona Ana Maria, celebrada na Capital do Pará, RJ, 1814, Sermão em ação de graças pelo sucesso de nossa armas em Portugal… s/1, 1812. – Sermão Fúnebre do exmo. Ver. Bispo do Pará, dom Manuel de Carvalho, nas solenes exéquias celebradas pelo cabido… Lisboa, 1819. – Sermão de ação de graças que no dia 13 de maio celebrou o senado da câmara desta capital (do Pará) pela feliz aclamação do muito alto e poderoso sr. dom João VI, rei do reino unido de Portugal, Brasil e Algarve. Rio de Janeiro, 1818. – Sermões Panegíricos recitados etc. com dois discursos sobre a filosofia. Bahia, 1819. – Oração fúnebre da muita lata e augusta senhora d. Maria Leopoldina Josepha Carolina, arquiduquesa da Áustria, primeira Imperatriz do Brasil. Rio de Janeiro, 1827; Sermão recitado perante S.S.M.M. e A.A. na missa solene que no dia 2 de janeiro fez celebrar em louvor de N. S. da Glória… Rio de Janeiro, 1826 – Discurso que no dia 15 de agosto, aniversário do adesão desta província do Pará à causa da independência do Império, recitou por motivo de juramento da constituição… Rio de Janeiro, 1825. – Panegírico de São Gonçalo do Amarante, pregado na igreja do Bonfim, Bahia, 1832. – Discurso que em 17 de setembro de 1835 recitou no ato em que se lançou o hábito de São Bento a noviços, etc… Bahia, 1835; Discurso parlamentares… Bahia, 1836. – Discursos pronunciados na Sociedade Instrutiva da Bahia. Musaico, t. 2. – Pastoral por ocasião de ser elevado à cadeira arquiepiscopal da Bahia. Rio de Janeiro. – Instrução pastoral sobre os estudos do clero no estabelecimento das conferências eclesiásticas na sua diocese. Bahia, 1830. – Pastoral convidando os seus diocesanos ao solene Te-Deum… pelo restabelecimento de S. M. o Imperador. Bahia, 1830. – Pastoral aos habitantes do Pará condenado o movimento armado e persuadindo os revolucionários a largarem as armas. Bahia, 1835. – Pastoral em que… saúda e felicita os seus diocesanos. Bahia, 1838. – Pastoral invocando a caridade pública em favor da desolada província do Ceará por meio de subscrições abertas pelos reverendos párocos da diocese. Bahia, 1846. – Instrução Pastoral respondendo às principais objeções que se têm feito contra o poder temporal do papa. Bahia, 1860. – Representação dirigida à assembleia geral do Brasil sobre o privilégio do foro eclesiástico, extinto pelo processo do código criminal. Bahia, 1832. – Representação dirigida à assembleia geral legislativa sobre um projeto de lei relativo aos impedimentos e causas matrimoniais… Bahia, 1832. – Resposta ao dr. Vilela Tavares sobre as obrigações mistas dos párocos. Bahia, 1853. – Breve memória acerca da naturalidade do padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus… R. IHGB, t. 9. – Manual Completo de Sólida Piedade, ou guia espiritual nas práticas de verdadeira devoção, extraído dos melhores autores místicos do mundo católico sob os auspícios e aprovação… de dom Romualdo Antônio de Seixas. Bahia, 1854; Obras completas. Pernambuco, Bahia, 1839-1858, 6 vols. – Memórias do Marquês de Santa Cruz… Rio de Janeiro, 1861 (obra post mortem): Discurso sobre a Questão do Governo do Brasil com a Corte de Roma. Rio de Janeiro, 1837.