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Aprender a dialogar

por Alexandre Aragão em 5/24/2021

Aprender a dialogar

Com esse pensamento, um candidato à presidência da República concluiu sua brilhante participação no debate que a Confederação Nacional da Indústria "CNI "realizou em Brasília, no dia 09 de maio, transmitido ao vivo por canais de televisão de sinal fechado. O debate, de fato, foi de alto nível, infelizmente as emissoras de sinal aberto não o transmitiram.

Esta frase-resumo "Aprender a dialogar" aponta para a necessidade vital que a sociedade brasileira, décima economia do mundo, dita democrática, mas detentora de recordes mundiais de desigualdade social, precisa impor-se a si, em todos os níveis, a partir de suas lideranças, como metodologia política e econômica para implementar as mudanças requeridas pela justiça e pela fraternidade, a fim de que o Brasil finalmente cumpra seu desígnio histórico de nação da qual o encontro e a alegria são os traços primordiais de sua gente.

Como sabemos, o diálogo, por definição, requer a abertura de uns para com os outros, para poder penetrar no "logos", na realidade, na essência do outro, no exercício contínuo de absorver reciprocamente as reais necessidades e pontos de vista de cada um, com o objetivo de uma construção comum benéfica a todos os interlocutores.

Em outras palavras, a transformação da nossa realidade requer um diálogo verdadeiro como caminho a ser percorrido, desprovido da mesquinhez corporativa, tendo como ponto de partida o interesse nacional, representado de forma explícita na erradicação da pobreza a que são submetidos milhões de nossos irmãs e irmãos brasileiros, através da distribuição da riqueza com a retomada do crescimento sustentável, em um profundo diálogo com a natureza.

Percebeu-se com clareza, através das exposições precedentes ao debate de alguns líderes industriais, que a pobreza social e a violência urbana são o fruto mais contundente da cultura individualista e materialista edificada com insanidade e velocidade a partir da segunda metade do século passado. Para acabar com elas é preciso um redirecionamento do rumo da construção da vida nacional e mundial. Não é com polícia na rua que se acaba com este tipo de devaneio sócio-político, mas com distribuição de riqueza, de terra, de oportunidades, de escolas, de saúde, de cultura, de lazer, de fé e espiritualidade.

A utopia brasileira passa pelo diálogo, pelo desprendimento, pela distribuição da vida, e não pela distribuição da morte. A utopia, brasileira e mundial, passa pela globalização da solidariedade.

Com este tipo de debate promovido pela CNI, a sociedade brasileira dá mais um passo importante na construção de uma nova fase de sua democracia. E com o compromisso de ter o diálogo na base da ação política, a comunidade nacional, através das mais diversas articulações e fóruns, precisa assumir o seu papel insubstituível de efetiva e afetiva participação na construção da democracia do encontro, da alegria, da vida, da fraternidade numa única e feliz família brasileira.

Alexandre Aragão é arte-educador, micro-empresário e membro do Movimento da Unidade na Política.